sexta-feira, janeiro 05, 2007

Natal com Azeite Galo, JAMAIS.

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Sr(a) Administrador de Redes
Sras e Srs. Bloguistas
Sras. e srs. Leitores

Ano Novo. Vida Nova

Digo isto com a total consciência da frase ser um daqueles clichés que já cheiram a fertilizante natural.


Pois 2007 entrou este novo ano vai assinalar os 20 anos da minha entrada em território Lusitano. Sim segundo o passaporte, o carimbo de entrada marca 7 de Janeiro de 1987. Ano em que a minha vida parece ter começado de novo. A vida anterior, a da África do Sul, foi curta. Por isso eu tenho 20 anos!!!!!!!!! OK? 20 anos!!!!!!! e não 27. Mas sim 20!!!!!!!!


O ano 2006 fechou em beleza. No entanto, já não vou poder ouvir mais o anúncio do Azeite Galo.
Passo a explicar a Barrice:

O meu pai ofereceu-me um garrafão de 5 litros de Azeite, mas daquele azeite que até cheira. Bom, não é? NEM POR ISSO. Apesar do azeite ser de qualidade, o garrafão não era. Pois eu tenho certas dúvidas de que o produtor do dito azeite saiba o que é uma TAMPA DE ROSCA. A tampa amarela era de encaixe que com o azeite estava lubrificada para saltar. Ora o meu pai deve ter acomodado esse garrafão com outros 4 garrafões, 4 sacos de batatas, 5 outros garrafões de qualquer coisa (ele não é contrabandista, é gerente comercial). Logo, não teve problema nenhum. Como nada lhe aconteceu, lá me deu aquele garrafão seguro de que nada poderia acontecer. E eu, como não vi bem a (porcaria daquela) tampa amarela, estava seguro de que estaria bem fechada, visto que nada aconteceu ao meu Pai. E assim lá pousei o garrafão no chão do pendura do meu humilde bólide

Bastou fazer a primeira curva.......e...... 2,5 litros de azeite no chão. Era de noite e achei estranho que o tapete do carro estava com uma textura polida, espelhada a reflectir com total clareza e resolução a luz dos candeeiros da rua. Eu disse para mim:
"WAW, que giro". Claro que 0,3 segundos depois................."M***A!!!!"

"M***A, não. AZEITE!!!"

Paro o carro logo ali, e felizmente, qual Super Herói de banda desenhada, a minha Tia Beu Beus (nome adaptado pelo meu sobrinho) e a minha prima Pulganz (agora não me apetece explicar, mas fico-vos a dever esta) salvam-me o dia, ou melhor a noite. Importante notar que isto aconteceu na noite de 25 de Dezembro (que dia é esse?! duhhhh).

A dupla Beus e Pulganz levam-me para a garagem e com truques mágicos e poderes especiais rapidamente retiram grande parte do azeite e deixam aquilo "quase" limpo. É que mesmo com poderes hiper-mega-super-quicas-floribelas-lalas-lélés, ninguém nos livra da GORDURA. Por muita publicidade que façam ao FAIRY ULTRA CARO, perdão, CONCENTRADO. A gordura fica. Mas apenas a gordura do azeite. Não desesperem aqueles que querem perder os seus quilitos natalícios, pois essa gordura queima-se. A gordura que está no chão do carro não se queima. Sá usando um maçarico, mas de certeza que iria dar em buraco. Literalmente.

Agora só tenho de comprar um tapete novo, pois AQUELA QUE VEM DOS AÇORES, está constantemente a refilar comigo, pois a suas preciosas botas escorregam no chão depois de sair do carro. (um dia falarei melhor da "AQUELA QUE VEM DOS AÇORES")


O que fica disto? Deixarei de ver o anúncio do azeite galo da mesma maneira. Porque em vez de ouvir a musica, lembrar-me-ei dos palavrões que gritei na Rua Melvin Jones, no dia 25 de Dezembro ás 22:00 da noite.

Feliz NATAL, BARRICE, votos sinceros do seu AZEITE GALO, a engordurar desde 2006.

PS: A todos um grande 2007.

PS "P"(Vai uma homenagem à nossa policia. Ou á PlayStation Portible, hey quero agradar toda a gente): Tentarei ser breve, mas compreendam, eu não quero que os novos posts sejam menos Barrice que os anteriores. Beijos (gosto muito de dar beijinhos)

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem vindo à nova vida do azeite! E parabéns (ou não?) por essa entrada em solo lusitano há cerca de 20 anos...
Duas coisas: 1 - Estou muito contente por este regresso dourado à blogosfera!
2 - 'tadinho do azeite! Ele que até foi cantado por alguns dos nossos poetas. Aqui vai uma breve antologia:
"É preciso ler os poetas
na sua língua
com rodelas de tomate
e um fio de azeite
ao correr de cada verso."
José Fanha

"azeite da cor do ouro
que é verde ao pédo Fundão
e fica amarelo puro
nos campos do Baleizão."
Ari dos Santos

"Menino e moço, tive uma Torre de leite,
Torre sem par!
Oliveiras que davam azeite,
Searas que davam linho de fiar,
Moinhos de velas, como latinas,
Que São Lourenço fazia andar..."
António Nobre

“Dia de vindima"

"dos lados
de onde venho
é hoje dia de vindima

nas casas brancas, perpétuas
a gente cinge-se madura
às roupas escuras do trabalho.
e fazem uso de um asno cansado
para carregar a ferramenta

no pão pesado
e no azeite
desenham os traços
das casas sozinhas.
e ateiam o fogo
à falta de pinhas
com os meus livros de prosa"
João Miguel Henriques

"As irmãs recuperadas ainda em anos 20
o prazer da partilha: cebola, azeite
blues desconcertantes, metamorfose em
refogados rítmicos"
Ana Luísa Amaral

"Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
"Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!"
Manuel Bandeira

Ode à cebola

"Generosa
desfazes
teu globo de frescura
na consumação
fervente do cozido,
e o girão de cristal
ao calor inflamado do azeite
transforma-se em ondulada pluma de ouro.

Recordarei também como a tua influência
fecunda o amor da salada
e parece que contribui o céu
dando-te a fina forma do granizo
a celebrar a tua luz picada
sobre os hemisférios de um tomate.
Mas ao alcance
das mãos do povo,
regada com azeite,
polvilhada
com um pouco de sal,
matas a fome
do jornaleiro no duro caminho."
Garcia Lorca

E termino com o artigo 18º do estatuto do poeta, de Silas Corrêa Leite:
"A todo Poeta andarilho e peregrino como Cristo, São Francisco ou Gandhi, será dado seu quinhão de afecto, sua porção de Lar, seu travesseiro de pétalas de luz. Quem negar candeia, azeite e abrigo ao Poeta, nunca terá paz por séculos de gerações seguintes abandonadas entre o abismo e a ponte para a Terra do Nunca. Quem abrigar um Poeta, ganhará mais um anjo-da-guarda no coração do clã que então será abençoado até os fins dos tempos."
Por isso, não diga mal do azeite. E por aqui me fico. Um abraço

Anónimo disse...

Valha-me Deus, mas onde é que eu tinha a cabeça? A Ode à Cebola é de Pablo Neruda. Desculpem...